quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CORUJA E O FALCÃO


Certa vez um homem observou uma coruja que estava junto à janela da igreja em que orava.

Ela caiu e o distraiu da oração, mas ele não deu muito importância a ela.

Nos outros dias, ele observou que a coruja permanecia naquele lugar e parece que se estabelecera ali.

Dia após dia ele pôs-se a observar aquela coruja.

Notou que ela quase não se movia.

Começou a incomodar-se com aquela ave, ela ocupava mais tempo de sua atenção que a oração.

Como veio parar ali, se não comia e uma vez até chegou a mexer com ela para ver se realmente era uma coruja de verdade.

De tanto observar, notou que a ave era cega e isso encheu mais ainda sua cabeça de perguntas.

Até que um dia, notou que um falcão entrava na igreja com algo entre os bicos.

Eram algumas minhocas ou algum inseto e que servia de alimento para a coruja.

Ele maravilhou-se com o que viu e chegou a coçar os olhos para ver se enxergava direito: O falcão entrava na igreja para alimentar a coruja, da mesma forma como faria com um de seus filhotes.

Imediatamente o homem começou a se perguntar a razão de tamanho milagre. Jesus diz que Deus cuida até dos pássaros com o cuidado de um pai.

Sentiu enorme consolação ao pensar em um Deus amoroso, que coloca um falcão para cuidar de uma mísera coruja.

O que não faria Deus por ele?

Sentiu o coração vibrar ao perceber que Deus também cuidava dele com o mesmo carinho com que cuidava daquela ave.

Refletiu e decidiu vender tudo o que tinha e colocar-se ao único cuidado do Senhor.

Ponderou que Deus o chamava para viver uma vida de pobre, dependendo unicamente da providência divina, pois ele valeria mais que milhões de coruja.

Saiu de sua casa e colocou-se como mendigo na porta da mesma igreja que costumava freqüentar.

No entanto começou a ter dificuldades.

As pessoas o tinham conhecido como rico comerciante e não entendiam porque ele estava ali.

Alguns achavam que tinha endoidecido; não lhe davam esmolas e ele começou a passar fome.

Desolado e entristecido, pensava que Deus o tinha abandonado.
Renunciara a tudo para viver da providência de Deus e Deus não aceitou sua renúncia.

Revelou sua desolação e procurou um pastor.

Ao que o pastor lhe perguntou:
– Você tem certeza que foi Deus quem lhe pediu para viver como mendigo?

– Claro, a experiência com a coruja me mostrou que Deus sempre cuida de quem precisa, eu não tinha como duvidar! – Respondeu convicto.

O pastor o olhou serenamente e com muita compaixão lhe perguntou:

– Você tem certeza que Deus o chamava a ser coruja? Não lhe estaria chamando a ser falcão?

Muitos agem como verdadeiros fariseus abdicando de tudo que tem para viver uma vida pobre que aguça a compaixão das pessoas. Deus nos tem chamado para sermos falcões, libertando pessoas, levando amor, consolo e sustento.

É claro que Deus nos trata como à coruja, mas nos chamou para sermos como o falcão. Se você decidir assumir seu papel como falcão, Deus lhe conduzirá exatamente onde há uma coruja precisando de alimento.

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